Évora, o paraíso gastronômico de Portugal

evora

Conheça um pouco da minha intensa experiência culinária e confeiteira em Évora, o paraíso gastronômico de Portugal, onde tive um dos dias mais felizes da minha vida.

Eu quando criança. Regram @bangkokfood

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Estávamos vindo do Algarve, a região litorânea que cobre todo a costa sul do país. Nesse dia tínhamos conhecido a Praia do Camilo, que foi um dos lugares mais mágicos que já fui até hoje. Se não o mais. Eu já estava no meu “estado de graça” que vocês já me ouviram descrever aqui, mas na sua enésima potência. O mergulho naquela praia me abençoou. Eu estava leve e naquele dia nada me tiraria o riso.

praia do camilo algarve portugal

Mas eis que a ida para Évora atrasou. E na estrada a única coisa que eu fazia eram contas! Queria saber de todo jeito se conseguiríamos chegar a tempo de ir na confeitaria Pão de Rala e no restaurante Tasquinha do Oliveira. A confeitaria ficava aberta até 19:30h e o restaurante estava reservado para as 20h. Porque ir no restaurante naquela noite e na confeitaria na manhã seguinte não era um hipótese, já que minhas contas diziam que teríamos que sair cedo para Lisboa para pegar o avião.

A Pão de Rala foi recomendada por uma querida amiga, a Bia, que morou em Portugal. Como ela tem tem o mesmo perfil que eu para comida, eu sabia que era coisa boa. E incluí Évora no roteiro só por causa da danada da confeitaria. Queria ter o mesmo “coma diabético” que a Bia teve lá. E ser feliz para sempre! A Tasquinha do Oliveira só fui descobrir depois.

pao de rala evora

Depois de muitas contas e suor frio, chegamos em frente à Pão de Rala às 19:25h. Eu tinha 5 minutos para ser feliz para sempre. Cheguei para a senhora, a dona, e perguntei: quais doces você recomenda para uma pessoa que gosta de tudo? Ela me indicou cinco, eu, sem alguma sabedoria, desconfiei da cara do pão de rala (doce recheado com gemas e abóbora) e pedi os outros quatro. Nem preciso dizer que me arrependi de não ter provado o bendito pão.

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Toucinho rançoso, feito de creme de amêndoas com abóbora, que lá é chamada de gila. Falando os ingredientes você deve estar achando que é ruim, mas foi o que mais gostei. Uma coisa de louco.

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Mel e noz, o meu segundo preferido.

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Beijo de freira. O mais doce de todos, mas também adorei.

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A Encharcada que ficou em último lugar. Mas coitadinha da Encharcada, perto do Toucinho e da Torta de mel e noz, a competição era injusta demais.

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Gui ainda pediu uma empada de frango, que era o único salgado que ela tinha. Ele, que não liga muito para empada, adorou. O recheio era frango puro com um temperinho muito bom.

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Ufa, deu certo e meu sorriso já estava nas orelhas. O dia estava abençoado mesmo. Ainda deu tempo de dar uma volta de carro pela cidade – que é micro – antes de chegar ao Tasquinha do Oliveira. E lá chegamos com roupa de praia, enquanto os outros clientes estavam arrumados. Mas eu não estava nem aí para nada, já tinha mergulhado na Praia do Camilo e ido ao céu na Pão de Rala.

Ao chegar, nos deparamos com essa mesa, com as entradas já servidas:

tasquinha do oliveira

A única diferença da foto para a realidade é que as entradas estavam cobertas com papel manteiga. Mas e aí, o que o meu estômago aguentaria depois de tantos doces? A sorte é que eu tinha Gui e meus pais para não fazer feio no restaurante. Afinal a comilona na confeitaria tinha sido eu.

Foi uma desfeita ter ido ao Tasquinha nessa circunstância, porque estava tudo delicioso, mas sei que estaria ainda melhor se eu estivesse de estômago vazio.

Das entradas da mesa, você escolhe as que vai comer e ele retira as outras. Se você quiser, tem outras opções no cardápio também. Ficamos com as seguintes:

Pataniscas de bacalhau. A nossa entrada preferida, de-li-ci-o-sa! Se você for a Portugal, minha dica é que você prove as tais pataniscas.

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Costeletas de cordeiro. Deliciosas, mas senti falta de um molho para acompanhar.

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Queijo do Alentejo. Muito bom.

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Caranguejo. Estava delicioso, mas o que comemos na Cervejaria Ramiro em Lisboa estava melhor.

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Nossos pratos: presa de porco preto com ameijoas (vôngole) e um molho perfeito. Sem exageros, foi um dos melhores pratos da minha vida. E você imagina que na hora do prato eu já não estava mais querendo ver comida na minha frente, né?

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Bacalhau com purê de batatas e alcaparras. O melhor bacalhau da viagem.

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E para acompanhar um vinho tinto delicioso do Alentejo, a região de Évora.

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O restaurante tem 15 lugares e um atendimento exemplar do próprio Sr. Oliveira. A esposa dele é a cozinheira. Só essa explicação já seria suficiente para eu ter escolhido ir lá, mas de bônus ainda ganhamos esse jantar maravilhoso.

Praia do Camilo e Évora, vocês me fizeram feliz para sempre! E apesar de Gui e meus pais não serem tão fanáticos como eu, sei que fizeram eles também.

Pão de Rala. Rua do Cicioso, 47. Todos os dias 7:30h-19:30h. Tel: +351 266 707 778. Faixa de preço: menos de € 10.

Tasquinha do Oliveira. Rua Cândido dos Reis, 45. Segunda-sábado 9h-15h e 17h-00h. Aconselho reservar pelo telefone +351 266 744 841. Quando liguei para reservar, ele atendeu da casa dele e com barulho de jogo de futebol ao fundo. Faz parte do charme! Faixa de preço: média de € 25-30 por pessoa, isso porque o caranguejo era bem mais caro que tudo, inclusive que os pratos. Só ele custou € 26.

Fotos: Cozinha vibrante

  1. Esse tipo de foto dá fome, muita fome…

  2. Isabela Discacciati disse:

    Meu Deus!! Que post mais gostoso. E engraçado. Ansiedade de gordista é chegar a tempo da confeitaria não fechar. Ahaha. Ri muito. Adorei tudo. Dicas maravilhosas pra guardar quando for fazer um giro por Portugal. Um beijo

    • Gordista ansiosa, sou mesmo! Gui nem pode saber desse termo gordista, ele vai adorar. Ele fala que eu não tenho fome, mas tenho medo de sentir fome, por isso termino uma refeição e já quero saber sobre a próxima. Esses dois lugares em Évora foram especiais mesmo, valem a visita. Beijos

  3. BEATRIZ MACHADO BITTENCOURT GUZELLA disse:

    NOSSA SENHORA!!! JESUS!!! DEU VONTADE DE PULAR PELA TELA DO COMPUTADOR!!! QUE FOME!!! DEIXA EU ME CONTENTAR COM MINHA BANANINHA AGORA!!! BEIJOS

  4. biabritoroque disse:

    Ai, que linda!! Fiquei super lisonjeada com o “como ela tem o mesmo perfil de comida que eu”.
    Certamente porque boa parte dos meus lanches de infância foram na casa da Dona Amelinha! Sinceramente, até hoje não sei o que acontece com Portugal. Acho que todo mundo lá já nasce sabendo cozinhar bem!
    Esse prato com porco e ameijoa eu não provei porque não como porco, mas é realmente um dos mais famosos. E uma vez, um chef que eu entrevistei que era também professor, me explicou que na região do Alentejo tem muito prato com porco por conta dos cristãos novos. Como no judaísmo é proibido comer carne de porco, eles faziam vários pratos principalmente quando recebia os vizinhos em casa e tal, para provar que não eram judeus (isso anos atrás) e aí acabou virando típico 😉

  5. Amélia Machado Bittencourt disse:

    Te confesso , que hoje, agora, eu comeria tudo aquilo novamente sem culpa nenhuma. Aí que saudade!… Bjs.

  6. Rs sobre o título do post.
    Te entendo sobre NY. Sou assim demais quando viajo. Aquele pensamento de “mas não sei quando eu voltar aqui”, né?
    A Praia do Camilo é muito especial. Aliás, o Algarve é lindo.

    • Ainda vou postar sobre o Algarve, Lisboa e um restaurante em Coimbra. E confesso que tb tinha vontade zero de ir para Portugal até o dia que comecei a planejar a viagem, daí fui me apaixonando, principalmente depois que dei um search em “portugal” no Pinterest. Foi lá que descobri a Praia do Camilo, acredita? E gostamos muito mais de Portugal que da Andaluzia, na Espanha. Ok, Madri e Barcelona adorei, mas fui há muitos anos, preciso até voltar. Fora que é muito barato, hotel, restaurantes, vale muito!

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